É preciso conhecer-se a si mesmo; se não servisse para encontrar a verdade, serviria ao menos para regular a vida, e não há nada mais justo.
Blaise Pascal frag. 66 "os Pensadores"
" O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza. Mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota, de água, bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso"
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2 comentários:
Pascal com tantos outros filósofos, sentem essa necessidade de regressar aos clássicos para retomar máximas importantes. Pascal, não exita em fazer isso, quando o assunto se refere ao conhecimento humano. Ele volta no tempo e resgata a célebre máxima "conhece-te a ti mesmo", que segundo algumas fontes a frase é atribuída a primeira pitonisa do oráculo de delfos, na Grécia Antiga, para mais uma faz fundamentar uma busca, que não se poderá fazer, sem o conhecimento das nossas possibilidades de acesso ao conhecimento. Como se sabe, e segundo Pascal, foi vedado ao homem o alcance das verdades universais, devido ao pecado original, que atirou o homem para uma segunda natureza desgraçada, onde o homem está condenado a um conhecimento apenas factual.
Mesmo assim, Pascal propõe o conhecimento de "nós mesmo", das nossas grandezas e das nossas misérias, para que possamos pelo menos orientar as nossas acções, uma vez que Deus, furioso retirou-se da vida do homem, deixando-o entregue a sua sorte.
O conhecer-se a sim mesmo, na teologia pascalina, é de extrema importância.Pascal propõe um auto conhecimento através de um voltar-se para si mesmo, não de forma soberba, mas sim, de forma humilde. Conhecendo as nossas fraquezas, insuficiências, misérias estaremos mais perto da verdade da nossa condição, enquanto seres abandonados. Essa procura, esse regresso a nossa interioridade, não deve conduzir o homem a uma busca solitária, mas também, é vista como a possibilidades de uma auto transcendência, tendo em conta que o homem, além de ser um ser natural, também é um ser sobrenatural. Ao falarmos do que é natural no homem implica falar do que nele é sobrenatural. Sendo assim, a célebre máxima "não saias de ti, volta para ti, pois a verdade habita no teu interior, e se verificares que a natureza é mutável, transcende-te além de ti mesmo", encaixa-se perfeitamente na teologia pascalina, e no processos de auto conhecimento, como meio para se encontrar a verdade, mesmo tendo a consciência, que será uma procura sem resultados credíveis, tendo em conta que na nossa situação, estamos vedados às verdades...
A auto transcendência constitui um outro caminho, que o homem tem de percorrer, se realmente, quer perceber um pouco mais sobre a sua verdadeira condição. É uma procura que se faz "gemendo", pois o caminho é longo e árduo...
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