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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

PARADOXOS DA CONDIÇÃO HUMANA: Grandeza e Miséria Humana como Paradoxo Fundamental na filosofia de Blaise Pascal.

Apresentação da Dissertação



AGRADECIMENTOS:
Agradeço a Deus por mais essa oportunidade de estar realizando mais esse sonho, aos meus pais que não estão mais entre nós, mas, devem estar orgulhosos de mim, a CAPES, que financiou minha bolsa de estudos, a PUC e a todos os colegas e professores, e especialmente ao meu orientador que me abriu as portas aqui na PUC, ao professor Edênico que esteve na minha qualificação e está aqui de novo, ao professor Andrei que se disponibilizou em participar dessa banca, aos professores suplentes Ênio Silva e Ivinil Parraz, e o professor Queiroz e a todos vocês que estão aqui presentes.   

TEMA:
Ø  PARADOXOS DA CONDIÇÃO HUMANA: Grandeza e Miséria Humana como Paradoxo Fundamental na filosofia de Blaise Pascal.

OBJETIVO GERAL:
Ø  Investigar e analisar a concepção existencial do homem paradoxal presente na obra Pensamentos de Blaise Pascal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Ø  Investigar os precursores filosóficos e teológicos do conceito de natureza humana e a gênese da visão antropológica do homem pascaliano;
Ø   Analisar os estados da natureza humana “antes e depois da queda” e os efeitos da herança do pecado adâmico;
Ø  Analisar a condição paradoxal do homem, entre miséria e grandeza como problema da fundamentação do conhecimento humano;
Ø   Analisar as dimensões do conhecimento humano em Pascal e os paradoxos que fazem do eu um ser dividido entre miséria e grandeza;
Ø    Analisar os efeitos imaginação, do divertimento e da angustia na filosofia de Pascal.

PROBLEMA DE PESQUISA
Ø   Até que ponto legado filosófico e teológico pascaliano sobre a condição paradoxal do homem, revela-se atual nos dias de hoje.   

HPOTESE:
Ø    Partindo do pressuposto teológico (pecado original) e, consequentemente a queda, analisar a concepção antropológica paradoxal do homem pascaliano, visando corroborar a tese de Pascal segundo a qual “a grandeza do homem é grande por ele conhecer-se miserável [...] É então ser miserável conhecer (-se) miserável, mas é ser grande conhecer que se é miserável”.  

ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
  
CAPÍTULO – I
Do pensamento de Blaise pascal
gênese – afirmação – reconhecimento:
Ø  Caráter introdutório e biográfico de Pascal, onde ilustramos três momentos distintos na formação do seu pensamento: a gênese, a afirmação e o reconhecimento da obra de e a repercussão do seu legado.

CAPÍTULO II
Precursores filosóficos e teológicos da concepção da natureza humana em Blaise pascal
Ø  Estudamos os precursores filosóficos e teológicos da concepção de natureza humana e enfatizamos algumas controvérsias em torno de vários conceitos, que mais tarde Pascal viria a incluir no seu pensamento.



Ø  Analisamos as bases teóricas para a compreensão do homem pascaliano, através do estudo antropológico, relacionando assim as duas antropologias com os dois estados de natureza humana (antes de depois da queda) para que pudéssemos fundamentar o conhecimento do homem em suas múltiplas dimensões, como ser natural e racionalmente limitado, e melhor compreender os paradoxos humanos.

CAPÍTULO IV
Grandeza e miséria como paradoxo fundamental na filosofia de Pascal

Ø  Analisamos os conceitos de grandeza e miséria como argumento antropológico em Pascal que, “começa com a observação: os seres humanos exibem qualidades de grandeza e miséria”. Essa premissa norteou nossa investigação e nos permitiu confirmar à luz do pensamento pascaliano e de outros scholars, a hipótese inicial.

CAPÍTULO – V
Ø  Nosso foco foi a epistemologia e a psicologia pascalianas, uma vez que, existe entre elas uma relação estreita. Ambas são marcadas por traços de insuficiência, desproporção e miséria existencial, observáveis empiricamente a partir do momento em que o homem passa a constatar sua verdadeira natureza.

1. Do pensamento de Blaise pascal gênese – afirmação – reconhecimento

Numa breve apresentação de Pascal Bem Rogers Afirma que:
Sabemos pouco e paradoxalmente sabemos muito sobre Pascal. Primeiro porque não escreveu sobre si mesmo, entretanto sabemos muito porque seus escritos sobre a natureza humana, a sociedade e a salvação dizem muito sobre ele.

Blaise Pascal (1623-1662) considerado como sendo gênio da ciência, (matemático, físico), filósofo, teólogo, gênio da literatura universal, defensor do cristianismo, polemista mordaz. Em muitos aspectos pode ser considerado o homem mais representativo da França. Jacques Attali ousa afirmar que:
 O que Platão é para Grécia, Dante para Itália, Cervantes ou Santa Teresa para a Espanha, Shakespeare para Grã-Bretanha, Pascal é para a França.

Mas não foi fácil chegar a esse patamar, primeiro censurado, depois negligenciado, para depois ser admirado e objeto de culto. Embora tenha tido uma vida breve, soube justificar sua existência. De criança prodígio a gênio, não foi preciso muito tempo, mas, tudo foi à custa de um corpo débil que após vários trabalhos ligados à ciência retomou o caminho da religião. Não há dúvidas que Pascal, foi realente um apologeta, que soube compreender o drama de sua época e a tragédia vivida pelos homens. Sua apologia propõe métodos e conteúdos atuais, porque dirige diretamente ao coração do homem, lá onde cada um sente amado e provocado.   

2. Precursores filosóficos e teológicos da concepção da natureza humana em Pascal

Ao investigarmos sobre a natureza humana em Pascal, quando traçamos um paralelo com outros pensadores é inegável que se tenha ora aproximado, ora afastada dos mesmos, como forma de fundamentar sua própria concepção. Ele organiza seu pensamento em torno de questões que já haviam sido tratados por Santo Agostinho. Acabamos observando que as posições assumidas posteriormente acabam corroborando as teses que emergiram da controvérsia entre Agostinho e Pelágio. De entre esses pensadores investigados, o que mais próximo de Pascal, é Descartes, a quem conheceu pessoalmente (1647), mas, como ficou expresso, o clima reinante entre os dois não era propriamente de amizade. Pascal, muitas vezes critica seu contemporâneo, chegando mesmo a apelida-lo de inútil e incerto.
Porém, suas contribuições e as dos outros pensadores, foram determinantes, uma vez que, Pascal, por experiência sabe que não se deve descartar o contraditório. É por isso que o homem pode viver com suas contrariedades, suas fraquezas e grandezas, sua fé e sua razão, sua suficiência e sua insuficiência. Assim concluímos que, a natureza humana em Pascal é marcada pela inconstância, diversidade, relatividade, contingência, paradoxo e desproporção. O homem parece estar suspenso entre o nada e o supremo: muito mais que o nada, muito menos que o supremo, (ser do meio) suas realizações parecem conduzi-lo ao nada ou a transcendência.

3. Concepção antropológica do homem pascaliano

Seguramente, a antropologia pascaliana tem raízes na interpretação bíblica, em torno do pecado original[1], da queda, do livre-arbítrio e da graça. Ele funda um campo antropológico da INSUFICIENCIA humana, partindo de uma questão teológica (abstrata), para chegar ao aspecto psicológico, social, político, epistemológico e mesmo ontológico da insuficiência. 
Nesse aspecto a interpretação das três ordens desempenha um papel fundamental na compreensão da antropologia existencialista pascaliana, na medida em que nos ajuda a entender melhor a verdadeira situação do homem após a queda e a relacionar as três concupiscências (carne, olhos e orgulho) com as três ordens das coisas (carne, espírito e vontade) para melhor distinguir os três tipos de homens (carnais, curiosos e sábios).
Entre essas três ordens não há possibilidades comunicação, tendo em conta as suas naturezas disjuntivas. Para André Comte Sponville, “Pascal é o filósofo que separa as ordens, e por isso sua filosofia é trágica.” Uma coisa é certa, Pascal, está convicto que, depois da queda o espírito humano perdeu o poder de discernir a verdade, inclusive no campo religioso.   


Como foi referido o argumento antropológico de Pascal começa com a seguinte observação: os seres humanos exibem qualidades ou traços de grandeza e de infinitas misérias. Para Robert Velarde:

Esse argumento é atraente, porque começa com uma observação da natureza humana, em vez de um argumento à existência de Deus, a confiabilidade na Bíblia, a validade da crença na ressurreição de Cristo.

Em nossa opinião, a formulação desse argumento teve como precursores dois filósofos: Epiteto e Montaigne, cada um representando uma corrente filosófica, o Estoicismo e o Ceticismo, (análise unilateral do homem). Mas, nem um, nem outro estava certo, uma vez que segundo Pascal, a verdadeira condição do homem, só pode estar na conjugação dessas duas posições sobre o homem. Segundo Peter Kreeft.  

 Os filósofos não deveriam ser divididos em “otimistas” e “pessimistas” ou em filósofos da grandeza e miséria, mas em “paradoxicalists” e “nonparadoxicalists”. Paradoxicalists são filósofos como Pascal que tem uma visão aberta para ver em ambas as direções. Ver para o homem com ambos os olhos abertos.  Muitos filósofos são unidimensionais (nomparadoxicalists) porque cobrem um dos olhos.
Segundo Pascal, o homem vive uma situação paradoxal marcada por traços de grandeza e miséria. No plano interno, ela reflete-se na luta entre a razão e as paixões; no plano externo entre o homem e a natureza. Apesar de viver constantemente em guerra consigo mesmo e com os outros, o homem ambiciona o amor e a estima dos outros. De acordo com Franklin L. e Silva
Isso acontece porque a contradição está presente na natureza humana. Existe em nós uma grandeza, (origem divina) e uma miséria, (pecado original), e fora dessa contradição constitutiva de nós mesmos, não há conhecimento possível.

É por isso que é perigoso demonstrar ao homem sua miséria sem lhe mostrar a sua grandeza. E é também perigoso mostrar-lhe demais a sua grandeza sem a sua miséria. É mais perigoso ainda deixá-lo ignorar uma e outra coisa, mas é vantajosíssimo apresentar-lhe uma e outra.


É incontestável para nós que exista uma relação estreita entre a epistemologia e a psicologia pascaliana, uma vez que, na sua epistemologia, não existe uma “razão suficiente” como queria Descartes. A razão humana segundo Pondé é reclusa de um “provincianismo cognitivo”. Peter Kreeft afirma que:

Ela não é inválida, mas é fraca, Ela é como a visão humana: somente uma estreita faixa de uma cor é visível para ela. Todos os extremos são invisíveis para os olhos e incompreensíveis para a razão.

Entretanto, ao perceber sua condição insuficiente, nada mais lhe resta a não ser apelar à imaginação, como forma de superar suas barreiras cognitivas, mas, a imaginação, nada mais é do que a superpotência enganadora da razão. Sozinho, infeliz, incapaz de transcender sua condição miserável, o homem cai no tédio, após várias tentativas de fuga se si mesmo através do divertimento. 
Finalizando, não temos dúvida que nossos objetivos foram atingidos e nossa hipótese corroborada por várias passagens ao longo da dissertação que traz a tona, a tragicidade com que Pascal analisa o destino do homem pela arrogância de querer igualar-se a Deus, pela finitude diante da infinitude e da atemporalidade do seu Criador, pela sua miserabilidade existencial, pela pigmeização diante de um universo grandioso, pela incapacidade racional de ordenar e conhecer tudo o que o rodeia e o transcende e pela infinita procura do lugar perdido, enfim, tudo no homem, parece começar e terminar com “gemidos” de dor e de desespero.



PARA ACESSAR A DISSERTAÇÃO NA INTEGRA, CLIQUE AQUI: 





Fotos do dia


















[1] O conceito teológico de “pecado original” apoia em várias passagens das Escrituras: a Epístola de Paulo aos Romanos (5:12-21) e aos Coríntios (1 Co 15:22), e uma passagem do Salmo 51, Pascal fará a distinção entre os dois estados do homem “antes e depois do pecado”.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Conhecimento e Religião sobre Jansenismo no Brasil


JANSENISMO:

O Jansenismo, pode ser definido sob duas perceptivas: 

1. Conjunto de princípios estabelecidos por Cornélio Jansênio (1585-1638), bispo de Ipres condenado como herege pela Igreja Católica, que enfatizam a predestinação, negam o livre-arbítrio e sustentam ser a natureza humana por si só incapaz do bem.

 2. Movimento político que se originou do jansenismo teológico e, estimulado pela oposição dos religiosos da abadia de Port-Royal a Luís XIV, prolongou-se por todo o sec. XVIII.

JANSENISMO NO BRASIL
A obra "Jansenismo no Brasil"do Padre Amarildo José de Melo, revela como o fenômeno do jansenismo marcou profundamente o catolicismo, sobretudo no Brasil. O autor aponta a centralização da moral no pecado, o medo da condenação, a moral sexual repressiva, dentre outras questões, como consequências diretas desse fenômeno. Além de mostrar a influência do jansenismo na formação do ethos católico brasileiro, o livro revela que o fenômeno pode estar voltando com outras cores e expressões.

Segundo ele, o jansenismo chegou ao Brasil via Portugal, ainda no século XVIII. Na Metrópole, a novidade ganhou força nos tempos do Marquês de Pombal, cuja reforma pedagógica impôs nas escolas primárias o uso da tradução do Catecismo de Montpellier, elaborada pelo bispo de Évora, Dom João Cosme da Cunha (1715-1783). E, não obstante fosse mais que sabido que tal Catecismo havia sido condenado pela Igreja em 21 de janeiro de 1721, o alvará de 9 de outubro de 1770, publicado na chancelaria mor, o oficializaria.

RELIGARE: CONHECIMENTO E RELIGIÃO SOBRE JANSENISMO NO BRASIL 


O Jansenismo deixou marcas profundas na moral cristã moderna e influenciou decisivamente o ethos católico brasileiro. A centralização da moral no pecado, o rigor, o medo da condenação, os escrúpulos de consciência, a dependência da confissão, a estreita ligação entre a confissão e a eucaristia, são alguns de seus sinais, junto com uma moral sexual repressiva. Uma soteriologia profundamente expiatória integra a base desta antropologia teológica. Mas o Jansenismo tem também injunções políticas, marcantes na Europa e no Brasil. Longe de ser página virada na história, ele continua como hermenêutica de vida, presente na atualidade. E pode estar voltando hoje com outras cores e expressões. 

VER
http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/viewFile/7224/6704
Amarildo José de melo, é natural de Araújos-MG, é doutor em História da Teologia Moral pela Academia Alfonsiana deRoma; mestre em Teologia; licenciado em Filosofi a; membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral (SBTM); professor de Teologia Moral no Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA-BH) e no Instituto Dom João Resende Costa (IDJ da PUC-Minas). Presbítero da diocese de Divinópolis-MG.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Blaise Pascal [Filosofia Moderna]


De acordo com Edgar Morin, o pensamento dos Pensamentos de Pascal inscreve-se no entrecruzamento de uma cultura europeia que, desde a Renascença, opõe fé e dúvida, razão e religião. No seio da cultura europeia, a cultura francesa foi aquela em que o debate/combate entre essas diversas instancias se conduziu de maneira mais radical, e Pascal foi aquele que incluiu em seu próprio espírito esse combate que se opões os espíritos na França. Em lugar de enxergar a fé, a dúvida, a razão, a religião como instâncias inimigas e naturalmente exclusivas, identificou nela elementos conflituosas, mas também complementares de sua própria tragédia interior. 

Em Pascal, a oposição entre a ordem absurda da fé e a ordem empírico-racional da ciência acompanha-se de uma complementaridade dialógica de uma e de outra. Fé, dúvida, razão, religião se reencontram, se entrecombatem e se alimentam uma da outra. A grandiosidade de Pascal é ter tornado seu enfrentamento complementar e fecundo. Essas características deveriam ter permitido reconhecer melhor a unidade complexa da obra pascaliana. Em lugar disso, o que se tem sobre essa obra são visões parciais e separadas uma da outra. 


MORIN, Edgar. Meus filósofos. 2a edição. Traduzido por Edgard de Assis Carvalho e marisa Perassi Bosco. - Porto Alegre: Sulina, 2014. 

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Pascal: como reconhecer a unidade complexa na obra pascaliana?

Data de Nascimento:19 de junho de 1623 em Clermont (agora Clermont-Ferrand), Auvergne, França 
Morreu em: 19 de agosto de 1662 em Paris, França
De acordo co Edgar Morim (1921), em seu livro Os Meus Filósofos, Blaise Pascal é o maior pensador, o mais próximo (ao mesmo tempo que Heráclito). Pascal é para ele as verdades mais fulgurantes que surgem bruscamente no fluxo descontínuo dos “Pensamentos”, e, afirma que o fato dessa obra não ter sido acabada aumenta sua grandiosidade. 

Segundo ele, algumas obras são grandiosas porque não formam terminadas. No caso dos “Pensamentos” de Blaise Pascal, sua forma aforística confere-lhes uma violência singular, como se vê em Nietzsche. De Acordo com Morim, se os “Pensamentos” tivesse sido concluídos, empobreceria a própria obra, uma vez que teria adquirido uma forma racionalizadora. O que definiu a originalidade dos Pensamentos, foi a morte prematura de seu autor. Morim afirma:

Li Pascal muito cedo e hoje compreende o que me pascalizava e me pascaliza para sempre: é o laço extraordinário e complementar entre a fé, a razão, a dúvida; combate, complementaridade que sempre foram os meus. (MORIM, 2014, p. 53)   
 
Certa ocasião, Morim foi convidado a proferir uma sessão de abertura na Universidade Blaise Pascal em Clermont-Ferrand, ele ficou surpreso, pois, constatou que, Pascal havia sido dividido em fragmentos separados uns dos outros: Pascal Polêmico, Pascal Jansenista, Pascal estudioso, Pascal escritor.

De acordo com Bem Roger (2001, p, 11), como polêmico, “Pascal é lido como o autor da obra-prima cartas Provinciais, um violento ataque a corrupta teologia e moral relaxada dos jesuítas e seus aliados na Igreja Católica.” Quanto ao Pascal jansenista, segundo Rossi (2004, p. 120), “é óbvio que não se pode falar de uma verdadeira conversão de Pascal ao jansenismo, mas de forte e crescente interesse por essa doutrina, vista por ele como freio salutar ao pensamento libertino e as ilusões de uma razão sempre menos instrumento e sempre mais fim e escopo indevido do homem”. Entretanto, essa tese de Rossi, parece não ser a mesma de outros estudiosos de Pascal. Jacques Attali defende que a conversão aconteceu duas ou três vezes na vida de Pascal.

Pascal conheceu o evangelho por influência do jansenismo: um movimento dentro da igreja, fundado pelo bispo holandês Cornelius Jansen (1585–1638), que preconizava uma reforma católica com base na igreja primitiva e uma espiritualidade interior. O que muitos designam como a primeira conversão, data de uma altura que o pai de Pascal sofreu um acidente. Dois jovens médicos afetos ao jansenismo que cuidaram dele, introduziram na família pascal, as ideias defendidas pelos jansenistas, vinculadas principalmente a Antoine Arbauld e Sint Cyrram. Neste sentido, podemos afirmar que, a principal influência sobre o pensamento religioso de Pascal veio do jansenismo, um movimento católico francês que enfatizava a experiência religiosa pessoal e especialmente a conversão súbita como capaz de colocar a alma em relação direta com Deus. Pascal foi tocado o que lhe levou a converter ao jansenismo tendo arrastado toda a família com ele. 
    
Já a segunda conversão aconteceu em uma data precisa (23 de novembro de 1654, numa segunda-feira à noite, “das dez e meia da noite, mais ou menos, até cerca de meia-noite e meia”) e em um lugar determinado (em seu quarto, enquanto lia a sós a oração sacerdotal de Jesus, em João 17). Na mesma ocasião, ele registrou essa experiência em um pedaço de pergaminho. Como esse escrito estava costurado no forro do seu casaco, quando morreu, oito anos depois, supõe-se que Pascal o tenha carregado na roupa o tempo todo.

Pascal é classificado como “gênio” precoce, uma vez que, desde cedo demonstrou uma inteligência que o colocava em um lugar distinto das outras crianças da sua idade. Ele foi um gênio precoce da geometria e da física, aos 12 anos publicou seu primeiro ensaio sobre o som, aos 14 já frequentava o círculo dos eruditos, aos 16 escreveu o Ensaio sobre as Cônicas, aos 19 concebe a máquina de calcular. Entre outras obras, destacamos os Pensamentos, publicados após a sua morte. Mas a unidade de Pascal, segundo Morim, permanece mal conhecida, sem dúvida porque, em si mesma, inclui a presença de componentes aparentemente antagônicos.

Em lugar de enxergar a fé, a dúvida, a razão e a religião como instâncias inimigas e mutuamente exclusivas, identificou nelas elementos conflituosos, mas também complementares de sua própria tragédia interior. Em Pascal a oposição entre a ordem absurda da fé e da ordem empírico-racional da ciência acompanha-se de uma complementaridade dialógica de uma e de outra.

Fé, dúvida, razão, religião se encontram, se entrecombatem e se alimentam uma da outra. A grandiosidade de Pascal é ter tornado seu enfrentamento complementar e fecundo. Essas características deveriam ter permitido reconhecer melhor a unidade complexa da obra pascaliana. Em lugar disso, o que se tem sobre essa obra são visões parciais e separadas uma da outra. 
        
Referências
ROSSI, Roberto. Introdução à Filosofia: histórias e sistemas. - 2ª Ed. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 2004.
ROOGERS, Bem. Pascal: elogio do efêmero. Tradução de Luiz Felipe Pondé. – São Paulo : Editora UNESP, 2001.- (Coleção grandes filósofos).
MORIM, Edgar. Meus filósofos. - 2ª edição. Traduzido por Edgard de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco.- Porto Alegre: Sulina, 2014.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O LEGADO DE BLAISE PASCAL


Hoje, 19 de Agosto de 2016, comemoram-se os 354 anos da morte de Blaise Pascal. Pascal morreu aos 19 de agosto de 1662 com apenas 39 anos e deixou uma obra prodigiosamente fecunda tanto no domínio das ciências, da filosofia, da política e da teologia, tendo escrito nos últimos anos de sua vida uma Apologia ao Cristianismo. Algumas fontes apontam para a causa da morte como tuberculose, mas foi feito uma necrópsia em seu corpo e foi detectado graves problemas de estômago e foi constatado que seu cérebro estava bastante danificado, o que se sugere um câncer de estômago que se alastrou até o cérebro. Em vida, Pascal sofria fortes dores de cabeça e de fato ele teve os sintomas de tuberculose antes da morte. 



NASCIMENTO: 19 de Junho de 1623 - Clermont-Ferrand, França.
MORTE: 19 de agosto de 1662 - Paris, França.
CAUSA DA MORTE: Câncer no estômago.

De nacionalidade francesa, Blaise Pascal Pascal, matemático, físico, inventor, escritor e filósofo cristão. Foi uma criança "prodígia" que foi educado pelo pai. Os primeiros trabalhos dele foram em ciências naturais e aplicadas onde ele trouxe contribuições importantes ppara o estudo de fluídos e esclareceu os conceitos de pressão e vácuo. generalizando o trabalho de Evangilista Torricelli. Pascal também escreveu em defesa da religião, sua obra mais importante é de caráter teológico conhecido como Pensées (Pensamentos) publicada após sua morte. Pascal é listado como um dos melhores polemistas franceses de sua época, especialmente e, em particular, pela sua falta de artificio, ele impressionava seus leitores com o uso da lógica e pela força de sua dialética. 

Educação de Pascal

O pai de Blaise Pascal, Étienne Pascal, teve uma educação ortodoxa e decidiu educar seu filho na mesma direção. Ele decidiu que seu filho não devia estudar matemática antes dos 15 anos, por isso, todos os materiais foram retirados de sua casa. Pascal, no entanto, era curioso sobre tudo isso e começou a trabalhar em geometria com a idade de 12 anos. Ele descobriu que a soma dos ângulos de um triângulo são dois ângulos retos. Quando seu pai descobriu isso cedeu e deu Pascal um texto de Euclides.

Pascal Cientista

Pascal foi educado por seu pai, que lhe deu uma formação científica e humanística, mas, inicialmente seu interesse estava focado em matemática e física. Aos 14 anos ele participava de reuniões científicas do Padre Mersenne que pertencia a ordem religiosa dos Mínimos e sua casa em Paris era um ponto de encontro frequente para Fermat, Gassendi, e outros intelectuais. No entanto, ele não manifesta tanto interesse em ciência como Descartes; muito mais cético sobre o possível alcance do nosso conhecimento sobre a natureza, concebia a ciência como uma atividade destinada a apontar resultados aproximados de alguma coisa, capaz de orientar a ação humana, mas não é capaz de expressar a essência última das coisas. Aos 16 anos, ele escreveu seu "Ensaio Sobre as Cônicas", com a idade de 18 inventou uma máquina de calcular e realizou inúmeros experimentos científicos expostos no "Tratado sobre o peso da massa de ar" e o "Tratado Sobre o Equilíbrio dos Líquidos”. Seus trabalhos são relacionados com problemas diversos da matemática e da física, o trabalho influenciou decisivamente o posterior desenvolvimento da ciência do seu tempo.

Ele pode ser considerado como o fundador do cálculo das probabilidades, formulado em 1654 como Geometria do Acaso em sua correspondência com Fermat. O Tratado do Triangulo Aritmético, prolonga essas ideias e mostra a importância do triângulo em questões como o cálculo combinado e o cálculo da potência de um binômio. A partir dessa data, ele interrompeu quase completamente seu trabalho científico, embora ele contribuiu em 1658 com outra obra fundamental "Lettres A. Dettonville contentant quelques unes de ses invenções de geometrie" que resolve vários problemas relacionados com a ciclóide que tinha proposto aos mais importantes cientistas de sua época e nenhum deles conseguiu desvendar.

Seu pensamento é determinado pelo seu status de cientista que desconfia da razão para abraçar os problemas fundamentais da vida e sua profunda religiosidade onde encontra a salvação para não cair na filosofia do absurdo. Isso o leva a admitir dois princípios do conhecimento: o espírito geométrico (razão), orientada as razões científicas e o espirito de finesse (coração), que são na forma de intuições princípios básicos para a compreensão da vida e até mesmo os princípios fundamentais que começa toda a ciência.



Pascal filósofo e teólogo

Sua doutrina filosófica é destinada a uma Apologia do Cristianismo. Em 1646 entra em contato com a religião através das obras de A. Arnauld. Converteu-se ao jansenismo e arrastou com ele toda a sua família. Em 1654, após um período dedicado à vida mundana, acontece a segunda conversão como resultado de uma segunda experiência religiosa que ocorreu na noite de 23 de Novembro do mesmo ano. Ele intensificou sua religiosidade e juntou-se à comunidade dos solitários de Port-Royal. A partir deste centro religioso e intelectual foi realizada uma série de polêmicas com os jesuítas, em torno do pecado e da graça, onde interveio Pascal com a publicação das suas famosas "Cartas Provinciais" verdadeiros monumentos da literatura francesa e mundial. A sua filosofia é um tratado contra o intelectualismo cartesiano, cuja finalidade foi exclusivamente apologética, podemos citar a teoria das duas faculdades de conhecimento, sua ideia do homem como situado entre dois infinitos, superando o ceticismo e o paradoxo humano pela fé, sua teoria de que o valor supremo é a santidade suas concepções são principalmente expressas nas Cartas de "Louis de Montalte" a um provincial sobre a moral, política e religião. 

De acordo com Pascal, razão e coração são dois caminhos igualmente válidos do saber, e talvez o segundo é superior à abstração racional, como expõe, dizendo: "Conhecemos a verdade não só com a razão, mas também com o coração" e "o coração tem razões que a razão não conhece". Ambos conduzem a verdade, mas com lógica e mecanismos diferentes. Através do coração a realidade é atingida em sua singularidade e mesmo Deus se manifesta ao homem através do coração. Nesta demonstração e aceitação de Deus através do coração Pascal chama de fé, princípio necessário para viver como homens e alcançar a divindade. Mediante esta fé e este conhecimento por sentimento não se opera só como uma parte do homem, como ocorre com o conhecimento abstrato e racional.

No entanto, a fé e a captação de Deus é o mais importante para a vida do homem, mas, não é concedida gratuitamente e sem esforço, há que buscá-lo com determinação. Esta busca é realizada com base no reconhecimento da grandeza e da miséria do homem, que está entre o infinito e do nada. O ponto de partida é, portanto, reconhecer os limites que o homem se encontra. Tal reconhecimento é sempre doloroso e uma prova disso é a "diversão" pela qual o homem chega a uma extroversão ou diversão, para escapar de si mesmo. O homem precisa voltar para si mesmo, e, reconhecer suas próprias limitações, buscar a Deus e aceitar as razões do coração que o colocou em contato com Ele.

Pascal Político

A reflexão política de Pascal incide sobre aquilo que os homens não deixam de apresentar no espaço social, ou seja, signos, visando legitimar sua autoridade face aos demais. Ele é considerado um extraordinário teórico da política, mas ainda desconhecido, uma vez que, seu pensamento político encontra-se dissolvido em diversos fragmentos na sua obra maior, Pensées, (Pensamentos), e por isso, durante muito tempo sua erudição política permaneceu desconhecida do grande público. Pascal se vê na pele de um sociólogo e político, um cidadão integrado na sociedade de sua época preocupado com a política e com os governantes, que no final da sua vida pronuncia palavras que mais tarde seriam transformados na obra que hoje conhecemos como “Os três Discursos sobre a condição dos Grandes”.

Pascal analisa o mistério que marca a condição humana, revelando “uma sensibilidade aguda para o fato de que o homem parece ser, um ser que, quando exposto a demasiada luz, se dissolve”. O conhecimento das coisas é um conhecimento do meio (milieu), isto é, um conhecimento das aparências. Ele submete todo tipo de atitude e conhecimento a uma contingência irremediável. o que nos leva a verificar que a "insuficiência humana" é algo passível de ser constatada de forma empírica em todas as dimensões da vida humana. "A hipótese explicativa do mito da queda é uma forma de iluminar um fato que por si só se impõe", ou seja, o ser humano é empiricamente corrompido.

Sobre a matéria dos “grandes”, presente nos Três discursos Sobre a Condição dos Grandes, editados postumamente por Pierre Nicole, pode-se concluir que, ao contrário de alguns, temerosos de um Pascal revolucionário, seu discurso político é legitimado pelas bases clássicas, que são claras em autores anteriores. Para Pascal, prevenir qualquer revolta é a garantia da paz no Estado. Para tanto, não basta a arte do bem governar: é preciso usar a força. Ora, como a força não se deixa manipular por se tratar de uma qualidade palpável, ao passo que a justiça se presta a isso, por ser uma qualidade espiritual, manipula-se a justiça para justificar a força. Esvaziado o velho conceito de justiça: "dar a cada um o que lhe é devido", esta passa a ser o disfarce da força. Os homens passaram a conviver em paz, apesar da concupiscência. Mas, para que essa convivência seja pacífica, é preciso adequar a justiça ao reino da concupiscência.

Pensées (Pensamentos) de Pascal

A obra Pensamentos é de autoria de pascal, mas o título foi conferido pelos editores que publicaram o texto após a sua morte. Toma-se como edição mais importante a de 1670, que já aparece com a indicação de 2ª edição, porque no ano anterior havia sido publicada a primeira, mas com pequena tiragem e restrita ao seu conteúdo. Isso não é difícil de explicar, uma vez que pascal deixou como textos inéditos grande número de pastas contendo ideias, reflexões, pensamentos opiniões lançados no papel sem ordem alguma que o faziam parte de um projeto de um livro destinado a fazer uma apologia da religião cristã. Ante a morte permatura de pascal, célebre como cientista e pensador, os editores se empenharam em publicar seus escritos, mas se depararm com um acumulo impressionante de esboços, textos dispersos e muitos, inclusive, incompletos e interrompidos. Decidiram, no entanto, publicar a obra. conferindo certa ordem às anotações do autor, e concordam em dar à obra o título de pensamentos.

Por essas razões, as primeiras edições divergem entre si. Além do mais cada editor conferia aos papeis deixados pelo autor a ordem que bem entendia e acrescentava alguns pensamentos a mais que o outro. Depois de dois séculos de diferentes edições, apareceu em 1897 a edição de Brunschvicq, considerada como definitiva durante décadas por muitos pesquisadores e estudiosos. Em 1951, porém, a questão foi reaberta com a edição de Lafuma, organizada de forma diferente, embora o conteúdo fosse o mesmo. As edições posteriores de outros editores respeitam ora uma ora outra das duas anteriores, com diferenciações irrelevantes. Ad edições desses últimos anos reproduzem a de Brunschvicq, indicando a numeração dos pensamentos constante daquela de Lafuma, ou vice versa.  




Referências: 

CASTILLO, Carlos. El Legado de Blaise Pascal. Publicada em 14 de dezembro de 2011. Disponível em: < http://ellegadodeblaisepascal.blogspot.com.br/>, acessado em 19/08/2016.

ROCHA, Arlindo Nascimento. Uma Leitura Atual Sobre a Construção Política e Social na Filosofia de Blaise Pascal. In: Rev. Parlamento e Sociedade. São Paulo, v. 2 n. 3, p. 53-69, jul./dez. 2014. Disponível em: < http://www.camara.sp.gov.br/escoladoparlamento/wp-content/uploads/sites/5/2015/05/REVISTA_PARLAMENTO_SOCIEDADE_2015_WEB.pdf >, acesso em 19/08/2016.

SILVA, A. G. PASCAL: Cientista e Filósofo Místico. São Paulo: Lafonte, 2011. (Coleção Filosofia Comentada).     



quarta-feira, 29 de junho de 2016

principais Fatos da Vida de Blaise Pascal


1623 - 19 de junho — Nascimento de Blaise Pascal.
1633 - Pascal, aos 10 anos, estuda geometria por conta própria e escreve "Traité des sons" (tratado sobre os sons).
1638/39 - Aos 15 e 16 anos, Pascal elabora o "Traité dês sections coniques" (tratado sobre as secções cênicas) e publica, com espanto do mundo científico, os "Essais pour lês coniques" (ensaios para os cones).
1640/42 — Pascal trabalha na construção da sua máquina aritmética. Primeiro abalo grave de sua saúde.
1644 — Pascal faz presente de um exemplar da sua máquina aritmética ao "Grande Conde" (Luiz II).
1646 — Primeira "conversão" de Pascal pelos jansenistas, La Bouteillerie e Deslandes. Pascal "converte" sua genial irmã Jacqueline.




1647- 23 de setembro — Pascal tem, em Paris, uma entrevista com o célebre filósofo Descartes.
 1647 - 4 de outubro — Pascal publica o seu tratado sobre o vácuo "Nouvelles éxperiences touchant lê vide".
1647 — Polêmica com o Jesuíta Noel sobre a teoria do vácuo.
1647/51 — Pascal elabora o "Tratado sobre o vácuo".
 1648 - janeiro - Primeiras relações diretas de Pascal com Port-Royal.
1648 - setembro — Pascal publica o célebre esboço sobre o equilíbrio dos líquidos "Récit de Ia grande éxperience de 1'équilibre dês liqueurs".
1649 - 22 de maio — É concedida a Pascal patente de invenção para sua máquina aritmética. 1651 — Princípio das relações de amizade de Pascal com o duque Roannez.
1651 - 24 de setembro — Morte do pai de Pascal.
1651 - 17 de setembro — Pascal escreve a célebre "Lettre sur Ia mort".
1652 - 14 de março — Pascal oferece à rainha Cristina da Suécia um exemplar da sua máquina de somar, acompanhado de uma carta dedicatória.
1652, - 8 de julho — Pascal fabrica o modelo definitivo da sua máquina aritmética, que se acha atualmente no Conservatório de Artes e Ofícios, de Paris.
1652 ou 1653 — Pascal escreve os célebres pensamentos sobre o amor "Discours sur les passions de 1'amour".
1653 - 6 de junho — Pascal escreve os tratados sobre os líquidos e sobre o peso da massa atmosférica, "Traité dês liqueurs", "Traité de Ia pesanteur de Ia masse de l'air".
1654 — Pascal escreve os tratados sobre o triângulo aritmético e sobre a ordem numérica, "Traité du triangle arithmetique", "Traité dês ordres numériques". Escreveu ao mesmo tempo uma série de pequenos trabalhos matemáticos e geométricos, em latim.
1654 - junho-outubro — Correspondência de Pascal com o célebre físico Fermat. 1654 — Acidente na ponte de Neuilly.
1654 - 23 a 24 de novembro — Profunda experiência religiosa de Pascal, início da sua "conversão" definitiva à vida espiritual.
1654/55 — Pascal escreve um tratado sobre o espírito da geometria, "Traité de 1'esprit géometrique".
1655 — Pascal associa-se aos eremitas de Port-Royal dês Champs.
1655 - 19 de janeiro — Carta de Jacqueline a seu irmão Blaise sobre a conversão dele. 1655 - dezembro — Pascal em Paris.
1655 — Pascal entretém-se com o grande M. de Sacy sobre a vida cristã 22 de maio — É concedida a Pascal patente de invenção para sua máquina aritmética.
1656 - 23 de janeiro — Pascal publica a primeira das suas famosas "lettres Provinciales".
1656 — Correspondência de Pascal com Mlle. Roannez, irmã do duque Roannez, sobre a vida espiritual.
1657 - 24 de março — Pascal publica a sua última (18ª) "Lettre Provinciale".
1657 - 6 de setembro — A Congregação Romana do Index condena as "Lettres Provinciales".
1657/62 — Pascal trabalha na sua Apologia da Religião, intitulada, mais tarde, pelos editores, "Pensées".
1658 - 11 de junho — Pascal institui o concurso sobre a "roulette" ou a ciclóide (1).
1658 - 25 de novembro — Apuração do concurso sobre a ciclóide.
1658/59 — Diversos trabalhos de Pascal sobre matemática e geometria. '
1658 ou 1659 — Pascal expõe, numa conferência, o plano da sua Apologia da Religião ("Pensées").
1656, fevereiro — Expulsão das monjas e dos eremitas de Port-Royal.
1661 - 6 de outubro — Morte de Jaqueline, irmã e conselheira espiritual de Pascal.
1662 - janeiro — Pascal estabelece a primeira empresa de omnibus em Paris e obtém para a mesma carta patente da autoridade pública. 1662 - 3 de agosto — Testamento espiritual de Pascal.
1662 - 19 de agosto — Morte piedosa de Blaise Pascal, com 39 anos de idade.


ROHDEN, Humberto. Pascal: O Homem que Apelou da Razão Para o Coração e De Roma Para Deus. 3a Ed. União Cultural Editora Ltda. - São Paulo, 1981, p. 18.