JANSENISMO:
O Jansenismo, pode ser definido sob duas perceptivas:
1. Conjunto de princípios estabelecidos por Cornélio Jansênio (1585-1638), bispo de Ipres condenado como herege pela Igreja Católica, que enfatizam a predestinação, negam o livre-arbítrio e sustentam ser a natureza humana por si só incapaz do bem.
2. Movimento político que se originou do jansenismo
teológico e, estimulado pela oposição dos religiosos da abadia de Port-Royal a
Luís XIV, prolongou-se por todo o sec. XVIII.
JANSENISMO NO BRASIL
A obra "Jansenismo no Brasil"do Padre Amarildo José de Melo, revela como o
fenômeno do jansenismo marcou profundamente o catolicismo, sobretudo no Brasil.
O autor aponta a centralização da moral no pecado, o medo da condenação, a
moral sexual repressiva, dentre outras questões, como consequências diretas desse
fenômeno. Além de mostrar a influência do jansenismo na formação do ethos
católico brasileiro, o livro revela que o fenômeno pode estar voltando com
outras cores e expressões.
Segundo ele, o jansenismo chegou ao Brasil
via Portugal, ainda no século XVIII. Na Metrópole, a novidade ganhou força nos
tempos do Marquês de Pombal, cuja reforma pedagógica impôs nas escolas
primárias o uso da tradução do Catecismo de Montpellier, elaborada
pelo bispo de Évora, Dom João Cosme da Cunha (1715-1783). E, não obstante
fosse mais que sabido que tal Catecismo havia sido condenado pela
Igreja em 21 de janeiro de 1721, o alvará de 9 de outubro de 1770,
publicado na chancelaria mor, o oficializaria.
RELIGARE: CONHECIMENTO E RELIGIÃO SOBRE JANSENISMO NO BRASIL
O Jansenismo deixou marcas
profundas na moral cristã moderna e influenciou decisivamente o ethos católico
brasileiro. A centralização da moral no pecado, o rigor, o medo da condenação,
os escrúpulos de consciência, a dependência da confissão, a estreita ligação
entre a confissão e a eucaristia, são alguns de seus sinais, junto com uma
moral sexual repressiva. Uma soteriologia profundamente expiatória integra a
base desta antropologia teológica. Mas o Jansenismo tem também injunções
políticas, marcantes na Europa e no Brasil. Longe de ser página virada na
história, ele continua como hermenêutica de vida, presente na atualidade. E
pode estar voltando hoje com outras cores e expressões.
VER:
http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/viewFile/7224/6704
Amarildo José de melo, é natural de Araújos-MG, é doutor
em História da Teologia Moral pela Academia Alfonsiana deRoma; mestre em
Teologia; licenciado em Filosofi a; membro da Sociedade Brasileira de Teologia
Moral (SBTM); professor de Teologia Moral no Instituto Santo Tomás de Aquino
(ISTA-BH) e no Instituto Dom João Resende Costa (IDJ da PUC-Minas). Presbítero
da diocese de Divinópolis-MG.
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