Pascal destaca que o pecado adâmico é
transmitido para toda posteridade de Adão.
Vejamos:
Este
pecado passou de Adão a toda sua posteridade – que foi corrompida com ele como
um fruto saindo de uma malvada semente –, assim, todos os homens saídos de Adão
nascem na ignorância, na concupiscência, culpados do pecado de Adão e dignos de
morte eterna.
O pecado de Adão é transmitido a toda
posteridade, a todos os homens, mulheres, crianças e toda criação. A queda
causa efeito em todo cosmos. Se a fonte é suja, o rio é sujo.A culpa do pecado adâmico corrompe não
somente Adão, mas todos seus descendentes. O pecado pareceria ser um traço, um
componente, um ingrediente, que constitui toda humanidade depois da queda.
Todos os homens estão na “ignorância”, ou seja, vivem a mesma situação
contingente de Adão. Ele é o modelo de homem-pecador mais conhecido da humanidade.
Todos estão condenados a imitar Adão e viver na gravidade do pecado.
A “concupiscência”
traduz o desejo humano de ser mais do que Deus ou igual a Ele e, desta forma,
este desejo torna-se um vício repetido dentro da mecânica concupiscente do
estímulo e do deleite que fecham o homem dentro de uma cadeia pecaminosa, uma
espécie de rua sem saída, ou, para melhor esclarecer, a cobra comendo o próprio
rabo.
Mas somente Adão tem culpa de todo este drama cósmico? Não para Pascal,
todos pecaram em Adão, todos são culpados
junto com ele e “dignos de morte eterna.”. Culpa infinita para desobediência
tão horrenda.
Tal desobediência é tão grande que nem mesmo a morte a qual o
homem está condenado poderia servir de parâmetro para nos auxiliar a entender
qual foi o tamanho do pecado de Adão. Desta maneira, diante da corrupção atávica
de toda humanidade causando tamanha desproporcionalidade entre o homem e
Deus e dificultando para entendermos o tamanho do pecado humano, Pascal irá
comparar o tamanho do ultraje com a grandeza da graça.
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/7/TDE-2006-07-03T07:43:27Z-2340/Publico/ANDREI%20VENTURINI%20MARTINS.pdf
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