Desejo e divertimento como fuga se si mesmo na antropologia pascaliana
Arlindo Nascimento
Rocha[1]
Resumo
Este artigo tem como objetivo trazer à tona e refletir sobre os conceitos pascalianos de desejo e divertimento como categorias antropológicas, que nos ajuda a entender melhor a necessidade (desejo) e a busca permanente pela agitação (divertimento) como marcas do desvio da nossa condição insustentável. Pascal interpreta o divertimento como manobras para desviar o pensamento das nossas misérias existenciais, das nossas múltiplas insuficiências, da nossa incapacidade de nos manter em repouso, mas também podemos interpretá-lo como sendo uma condição essencial do homem que impede o acesso ao momento e à eternidade. Portanto, se há um conceito que Blaise Pascal reinventou de forma original, é o divertimento, visto como todos os estratagemas usados pelo homem visando à fuga de si mesmo. Esta condição de insatisfação dos nossos desejos e da eterna procura pelo divertimento é precisamente a contingência da nossa existência inautêntica e miserável.
Palavras-chave: desejo; divertimento; misérias existenciais; condição insustentável; insatisfação.
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[1] Artigo submetido em 02/02/2017. Aprovado em 07/03/2017. 1 Mestrando em Ciência da Religião, Pós-Graduado em Administração, Supervisão e Orientação Pedagógica, Licenciado em Filosofia. arlindonascimentorocha@gmail.com
[ISSN 2317-0476] Diversidade
Religiosa, João Pessoa, v. 7, n. 1, p. 241-259, 2017
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